Japão foi procurado por alguns dos premiados que declararam toda sua revolta pelo descaso apresentado até agora pelo MinC.
Abaixo carta entregue:
Ao
Ministério da Cultura (MinC)
A/C Vossa Senhoria Marta Porto
Referente: Prêmio Cultura Hip Hop 2010 – Edição Preto Ghóez
Prezada Senhora Secretária Marta Porto,
É com grande pesar, que neste ato, representando alguns dos premiados do
Prêmio Cultura Hip Hop 2010 – Edição Preto Ghóez (que buscaram em mim,
uma ponta de esperança para tentar um esclarecimento junto ao MinC), que
eu, JAPÃO VIELA17, rapper, ativista cultural, representante do
Movimento Hip Hop, com 20 anos de carreira, e ainda em enorme respeito
ao grande ativista que foi Preto Ghóez, venho manifestar o descaso com
nossa cultura já tão discriminada, como segue abaixo:
1) Foi publicada no Diário Oficial de, 13 de dezembro de 2010, a relação
das iniciativas escolhidas no Prêmio Hip Hop 2010 – Edição Preto Ghóez;
2) O Prêmio foi a primeira ação de fomento e reconhecimento nacional
realizado pelo Governo Federal, foram ao todo 135 premiados, em cinco
categorias, de todos os estados do País. Onde cada um receberia R$ 13
mil;
3) Tudo perfeito, arte-educadores, rappers, graffiteiros, ativistas
culturais, todos se movimentaram para cumprimento integral dos
requisitos apresentados e exigidos no Edital de Concurso Público nº 005,
de 16 de abril de 2010;
4) Esperanças renovadas nas comunidades, nova chance de fazer acontecer,
afinal, poderiam ter recursos para colocar em prática o que já fazem
com a garra e determinação, e se virando como podem (mas com recursos
financeiros tudo fica mais fácil), ganhadores do prêmio selecionados
pensam: ÓTIMO! VENCEMOS MAIS UMA FASE!
5) Os meses se passam, a comunidade tem pressa, afinal, ali ocorrerá
mais uma oportunidade pro filho da “Dona Maria” ter uma atividade...pro
filho do “Sr Ricardo” sair da profissão “aviãozinho”, sim, profissão!
Nas favelas, as ofertas de trabalho não são muitas, e o traficante tem
território fácil para semear, e a oficina de RAP uma porta para seu
talento, ah...essa está ainda de portas fechadas, é ...muitos talentos
desperdiçados...desperdiçados? é!
6) A mesma “Dona Maria” chega no Sr “Premiado” e pergunta: Onde está a
sua oficina de arte? Onde está o projeto que prometeu para comunidade? E
ele, mais uma vez explica que está dependendo da disponibilidade
orçamentária e financeira do MinC...ela sem entender...sai triste e se
perguntando porque de tanto descaso?
Façamos valer os objetivos do presente concurso:
I. Divulgar e dar visibilidade às iniciativas culturais do Hip Hop;
II. Valorizar as expressões culturais do Hip Hop no Brasil, por sua influência no modo de vida da juventude;
III. Fortalecer a identidade cultural do Hip Hop;
IV. Estimular ações inovadoras no âmbito do Hip Hop;
V. Incentivar a participação plena e efetiva dos atores e protagonistas
do Hip Hop na elaboração e no desenvolvimento de projetos e ações
culturais;
VI. Contribuir para o reconhecimento do Hip Hop como elemento importante da cultura brasileira como um todo;
VII. Estimular o intercâmbio entre os agentes do Hip Hop de todo o Brasil e o fortalecimento de suas redes;
VIII. Subsidiar a elaboração de políticas públicas de cultura específicas para o segmento Hip Hop;
IX. Homenagear lideranças e expoentes do movimento Hip Hop no cenário nacional, em especial nesta edição, o rapper Preto Ghóez;
X. Identificar, catalogar e organizar um banco de dados abrangente sobre
os agentes e as ações desenvolvidas e apresentadas ao Prêmio, tornando
públicos o seu acesso e conhecimento.
Diante desse pequeno relato, venho solicitar esclarecimentos claros,
objetivos e prazos reais do repasse do prêmio para que os premiados
possam se articular de forma palpável e façam cumprir com os projetos
apresentados ao MinC e ainda mais, fazer valer junto as comunidades que
esperam com grande esperança.
Atenciosamente.
Japão - Rapper - VIELA 17
fonte http://japaoviela17.com.br/
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