segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Lançamento do Livro minhas Pegadas na areia, entrevista com o autor

Minhas Pegadas na Areia esse é o 1° livro do autor Fernandes de Oliveira Cerqueira  ,ou simplesmente Fernandes poeta , membro da casa do poeta brasileiro de Praia Grande e integrante do Sarau das Ostras ,Fernandes faz um apanhado do que vem escrevendo desde os 14 anos e nos prestigia com um belíssimo livro de poesias ,mesmo sendo relutante em publica-lo.O livro trás 50 poesias , que retratam as pegadas do autor dentro da literatura .
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEy3X2SxIBSOfX67tr2zemiWUufaoiNtQKJ8SLm-jvAA3-0F44dalvqTtPrmAgVtkDMCckKkbS9jWREZ8WEmnq_HGbQHOFDmkeK7movZyw8XNGzHnV73L7LHP_Y4-peNFs3fxOj1Q-P22M/s1600/Praia.Grande.jpg

     O Verbo Pesado esteve com ele e confira o resultado desse bate Papo.
     1° Com quantos anos você começou a escrever e como se envolveu com a Casa do Poeta e  Sarau  
     das Ostras?
     Salve, eu costumo dizer que inicie com 14 anos, pois assim é facil lembrar, mas a bem verdade é que o meu        
     primeiro texto que julgo poético eu o fiz quando tinha 13 anos em trabalho de escola, era uma redação e seu  
     título era "Droga, o começo do fim", isto na sétima série, fiz o texto em parceria com um amigo da época,  
     não é um texto que diga que posso me orgulhar mas foi um início, rsrsr. Sobre a Casa do Poeta Brasileiro  
     de Praia Grande eu conheci através de um jornal o "Jornal Oficial de Praia Grande", em 1997, que era 
     editado pelo Augusto Viana, soube numa edição que teria um tal de "Café Poetico" na Biblioteca Municipal e 
     para lá fui. Minha primeira visita ao Café Poetico foi tímida, declamei um texto intitulado "Filho do Gueto" ,  
     era um texto de protesto inspirado já no Rap que eu ouvia desde 93 e 94, depois fui me soltando e aprendendo  
    com todos que frequentavam, as vezes olho para aquele tempo com certa nostalgia mas tinha-se muita gente 
    produzindo, em sua maioria eram pessoas ja com mais de 50 anos, eu era o unico adolescente no meio de 
    feras como Graziela Dias, Silvia Smith, Walter Rossi, Leni Morato, Silvia Branco, Mario Garcia e outros. O Sarau 
    das Ostras foi um lance do meu amigo Panda a ideia dele era ter um Sarau com temática periférica, já que 
    sentiu a necessidade de se ter um específico .Eu participei do primeiro a convite e hoje parece que sempre faz 
    parte de mim, mas devo muito a ousadia do Panda.
2°Como você vê o crescimento da literatura na cidade ?
A literatura na Cidade tá engatinhando, porém isso não quer dizer que temos poucos escritores,
mas temos visto boas propostas dentro das escolas tem alguns professores engajados e dispostos a revelar
talentos, um dado que as vezes passa despercebido é que a cidade e a mídia local promovem alguns eventos em prol a revelar novos nomes um deles por exemplo é da Tv Tribuna o camera Educação, a Casa do Poeta e o Sarau das Ostras, acredito que tem mais porém não tem o respaldo e visibilidade necessárias ainda.

3°Você acredita que a poesia pode ser um instrumento de transformação e ajudar o jovem em relação a assuntos como aids , drogas ou crimes ?
Claro, sobretudo a literatura marginal. Lembro que a senhora Graziela Dias Esterque sempre dizia que não existe poeta violento. Acredito nisso, pois a poesia, e o exercicio da escrita e de outra manifestação artistica ou do esporte faz muitas vezes que a raiva, frustração e qualquer decepção, seja transferida para o papel ou para a prática esportiva. A poesia é arte, e como arte exige que o artista se dedique a ela, isso numa outra ótica o mantém longe de coisas que o deturpe. Também é instrumento de transformação a medida que expresse e entre em sintonia com a realidade e  os anseios e fale a mesma língua de seus expectadores, interlocutores, o indivíduo tem que sentir que aquilo que ele ouve, ou lê, no texto tem a ver com a sua realidade, e não seja mero devaneio do autor, tem que passar credibilidade, seja um texto de crítica social ou poesia de amor, não tem jeito só trará transformação se o que for dito for sincero.


4°Para o leitor que quer conhecer seu trabalho , como você define seu livro e como foi feito a escolha dos textos ?
Não gosto muito de rótulos, mas é melhor assim, já que pedem meu trabalho busca "Abstrair a realidade, metaforizando ideias 
e compondo aliterações de sentido e contexto diverso", no livro procurei colocar alguns textos que tivessem um pouco disto, tem textos que me acompanham já desde os quatorze anos, o título Minhas Pegadas na Areia, não remetem a famosa música que tem um apelo religioso, e sim ali estão as minhas "pegadas", as impressões que deixo e deixei, e as que pretendi deixar, meu livro passeia por formas clássicas como o soneto, décimas e sextilhas e zomba delas as vezes, é um constante aprimorar da escrita em busca de um suposta perfeição e há vezes que critico o leitor desatento e a mim mesmo por certo desleixo. Os textos foram escolhidos por mim num primeiro momento, o que fiz depois foi eleger os que iriam participar do livro, conversei com alguns amigos e leitores próximos fiz uma pesquisa particular, onde pude constatar que minhas escolhas estavam muito coerente com o que o pessoal leu e indicou. Fiz essa pesquisa com vinte amigos, e  tem textos que foram escolhas unânimes e os presentes neste livro buscam contar um história que ao final encerram com o Mulher Trina,  Vou Seguindo como Dummond e outros onde faço uma reflexão sobre minha poesia e o que penso deste fazer poético.


5° Você acredita que com tantos escritores na cidade , está perto de se criar uma academia praiagrandense de letras ,ou ainda há um longo caminho a percorrer ?
Temos que nos estabelelcer criar vínculos, novos grupos tem que surgir e os escritores que aqui estão perceber que os novos também querem seu lugar ao Sol, disse uma vez, inclusive na contracapa do livro Poesias de um mundo louco, do Nego Panda, que a poesia não deve ficar presa a cátedra  e imortalidade burocrática, e sim ocupar os Saraus, os bares, as escolas e atingir o maior número de pessoas e outra a ideia de academia, é um pouco separatista e elitista demais também, pois como diz o Criolo, "quem se considera a nata, cuidado pra não qualhar".


6°Você não vive de literatura certo , como é conciliar trabalho e poesia ?
Vou te falar conciliar é dividir o tempo entre tudo não só literatura, como estudo, familia, trabalho, lazer

e ainda sim arrumar tempo pra escrever poemas, participar de eventos e criar novos o fato de não viver da literatura ou de arte é mais difcil para a familia, faço muito pelo gosto de fazer arte.
7°Fora seu livro é claro, uma dica de leitura ?
No momento estou lendo dois livros, o #Poucas palavras, do Renan do Inquérito que além de ser um livro de literatura marginal é um passeio por várias criações concretas e modernas atraves de trechos de suas musicas Renan experimenta muitos códigos e efeitos visuais e poeticos, outra dica é um livro de um advogado aqui de Praia Grande, este livro eu achei por acaso num ferro velho "Sos O Mundo Pede Cultura Nello Andreotti Neto ", este é um diálogo entre um papagaio e um homem, onde os dois conflitam seus pensamentos e odiscutindo a evolução humana pelos séculos e milenios.

8°Plínio Marcos ?
Ele foi um contestador e suas peças são sempre atuais, parece que não mudou nada de lá pra cá elas são sempre atuais.

9°Patativa do Assaré ?
Patativa é um exemplo de poeta e artista que sempre manteve ligado as suas raízes e que não se deixou influenciar pela fama, nele muitas vezes me inspiro e gostaria de ter tal memória para meus textos.


10° Sergio Vaz ?

Este ocupa lugar especial entre os poetas que sempre leio, pois seus projetos e suas atividades
nas periferias demonstram o quanto a arte atrai e quanto que a mesma pode modificar a sociedade.


11° Projetos para 2012 e um salve ?

2012 com o livro já lançado começam nova etapa e novos compromissos também,
pretendo organizar um concurso de poesias e publicar um Zine, os sonhos são muitos.
Levar avante outros projetos pessoais e coletivos.
Desejo que aqueles que lerem meus textos encontrem neles momentos de prazer e reflexão
e que este motive também  outros, a tirar das gavetas ou das areias seus escritos e nos encatem.

Ficha Técnica :

ISBN: 

TÍTULO: 
Minhas pegadas na areia
AUTOR: 
Fernandes Oliveira
ILUSTRADOR: 
Ki-Hap Produções
EDIÇÃO: 
1
ANO DE EDIÇÃO: 
2011
LOCAL DE EDIÇÃO: 
PRAIA GRANDE
TIPO DE SUPORTE: 
PAPEL
PÁGINAS: 
60
EDITORA: 
Editora Literata

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